Maria Clara
Ontem, 19 de fevereiro, a Campanha Nacional pelo Direito ao Aborto Legal, Seguro e Gratuito ocupou as ruas em cem cidades argentinas. Foram milhares de mulheres com 'panuelos verdes' denunciando os 400 mil abortos clandestinos por ano no país.
A data relembra dois anos atrás quando uma maré verde de quase 2 milhões de mulheres tomou as ruas pela aprovação do projeto e o fracassado senado reprovou a medida. Dali o movimento seguiu organizado com a palavra de ordem “será lei” e a promessa de que a luta continuaria.
O atual presidente Alberto Fernández prometeu em campanha a descriminalização do aborto, o que influenciou no apoio a ele de parcela do movimento feminista. Mesmo assim, a mobilização na data de ontem pressiona o governo que hoje tem maioria no legislativo. Faltando dez dias para a abertura das sessões legislativas e as mulheres argentinas reivindicam que o projeto seja tratado.
Rumores ainda não precisos, segundo o jornal Clarín, indicam que o executivo apresentará no dia 1° de março outro projeto de lei que descriminaliza a interrupção de gravidez, mas não transforma isso em política pública de saúde. Além disso, permite que profissionais da saúde aleguem “objeção de consciência” e se neguem a atender as mulheres em procedimentos de interrupção de gravidez.
Em entrevistas e falas públicas na manifestação, o movimento feminista e a esquerda deram o recado contrário a essa possibilidade, reivindicando que a escolha pela interrupção de gravidez deve ser garantida como política pública e sem julgamento moral-institucional. Cantaram novamente em alta voz: “aborto legal no hospital”.
A mobilização deve seguir pressionando e uma vitória da luta das mulheres na Argentina pode incendiar ainda mais o 8 de março no mundo todo!!! Ocupar as ruas até que seja lei!
Imagens: @CampAbortoLegal
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